sábado, 17 de fevereiro de 2018

Herói da vitória do Ferrão, Valdeci conta como foi superar dificuldade

Herói coral. Cria da base, jogador Valdeci foi decisivo na classificação. Triunfo tem um peso a mais para o jogador, que vivenciou o rebaixamento e a quase falência do clube

FERROVIÁRIO já recebeu até agora R$ 2,5 milhões pela participação na Copa do Brasil MATEUS DANTAS

Foi dele o cruzamento para a cabeçada de Mazinho para dentro do gol, iniciando a recuperação histórica do Ferroviário diante do Sport na Copa do Brasil. Onze minutos depois, correu entre os defensores da zaga pernambucana para empurrar de carrinho para o fundo das redes, empatar e levar a decisão do jogo para as penalidades.  

Ainda teve categoria para converter o segundo pênalti do Ferrão nas cobranças alternadas. Tal façanha é do meio-campista Valdeci, 22 anos, cria da base do Tubarão da Barra. 

A classificação do Ferroviário na Copa do Brasil teve um significado a mais na carreira do atleta. Não à toa, o jovem jogador chorou bastante após o goleiro Bruno Colaço pegar o pênalti de Marlone e confirmar o triunfo coral na competição nacional. 

A história do ressurgimento do Ferroviário - do rebaixamento no Estadual em 2014 e a quase falência, passando pelo vice na 1ª divisão do Cearense, no ano passado, ao estágio atual de sucesso na Copa do Brasil - coincide com a volta por cima na carreira do atleta. O meio-campista vivenciou todas essas etapas junto ao time. 

No breve período em que deixou o clube, em 2016, para jogar no futebol paulista pela Portuguesa, Valdeci esbarrou na falta de oportunidades e enfrentou dificuldades longe da capital cearense, chegando a passar fome. “ (A vitória) significa muito pra mim, sou da base. Foi um sofrimento muito grande. Subi para o profissional em 2014, e o time foi rebaixado, mas agora estamos fazendo história”, comenta Valdeci ao O POVO. A lembrança em campo dos familiares e dos amigos manteve o jogador acreditando na classificação até o fim, mesmo quando o Sport vencia por 3 a 0 até os 30 minutos do 2º tempo. 

“Estava me perguntando o que eu ia dizer em casa. Tive que buscar força, é muita gente torcendo de verdade. E aconteceu, conseguimos buscar o resultado. É uma felicidade muito grande.” 

E muito da força de Valdeci vem da Comunidade das Quadras, na Aldeota, onde vive desde que nasceu. A casa do meio-campista, que mora com a esposa Joyce, ficou lotada de familiares e amigos da vizinhança, comemorando a classificação. 

A vida de jogador só se tornou possível devido a projetos sociais na comunidade, como Garotos da Periferia e Vila Real. Oportunidade que Valdeci valoriza se fazendo presente como exemplo para outros garotos.  

“A gente sabe da dificuldade de quem vem de baixo. Devo tudo à comunidade. Não teria chegado sem os projetos sociais. Nos ensina a sonhar, a treinar e a criar gosto”, finaliza o jogador.

Fonte: O Povo

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